quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fluxos de Qorpo-Santo


Por Raphael Cassou


MATEUS E MATEUSA

Homem idoso que é dominado por impulso sexual incontrolável.
Mulher idosa que se irrita diante da recusa sexual do marido.
Filha mais velha que serve ao pai para proteger irmãs mais novas.
Resignação.
Nojo.
Repulsa.
Medo.
Irmãs que se aproveitam da debilidade paterna para conseguir vantagens
Inocência sub-júdice, duvidosa.
Necessidade de intercurso. Agônico, desesperado.
Infantilizado, infantil.
Bestial, bestializado.
Excrecências.
Sublimado. Sujo, proibido, pervertido.
Escancarado. Desregrado.
Exposto o lado pervertido do ser.


EU SOU VIDA, NÃO SOU MORTE

É a sua sina é a sua sorte.
Amar exasperadamente e ser correspondido
Tem um rival que é o legítimo marido de sua amada.
Ainda assim ele vai em frente.
Primeiro o meu depois o teu.
Transgressão de valores e de atitudes.
Amo mais que demais e tenho medo disso ao mesmo tempo.
Não posso com essa mulher que é um poço sem fundo de volúpia.
Quero me afastar, mas meu tesão me impede. Volto.

Sou mulher altiva e insubmissa.
Comigo ninguém pode, ninguém agüenta.
Sou puro fogo no rabo.
Sou tinhosa. Sei amar e me entregar sem pudor ao homem que amo.
Não me satifaço com o convencional quero ir ao limite de suas forças e gozar as sensações e êxtase ao máximo.
Desconheço o limite do sexo.
Gozo sem censura, sem pudor.
Fico no limited as sensações.
Entre o racional e o bestial.
Tesão agônico. Incontrolável, sem fim, desesperado.
Mer desespero ama e não sou correspondido.
Tenho um rival que me roubou o objeto de afeto.
Vou requerer meu direito como homem e marido.
Perante a sociedade e perante as leis divinas e dos homens.
Exaspera-me saber que a amada faz pouco caso do meu amor.
Grito agonizante por clemência, por mais uma oportunidade.
O ódio, a raiva, o sentimento de vingança me invade.
Vendeta!!!
Vou tomar a força o que é meu e tomar do outro aquilo que ele tem de precioso com a mulher.
Te mato filho da puta e te tiro a filha que deveria carregar emu nome.
Criança inocente? Não creio.

Amo incondicionalmente meu paizinho.
O problema é saber quem é meu paizinho.
Tenho dois.
E uma mãezinha. Que pouca atenção me dá.
Não faz mal, papai me dá em dobro.
Afinal tenho dois. Ou não?


AMARRANDO MATEUS/MATEUSA/LINDO/LINDA/JAPEGÃO.

Em uma viagem minha vislumbro EU SOU VIDA, EU NÃO SOU MORTE apresentado antes de MATEUS E MATEUSA. Apesar de serem dois contos, duas peças distintas, enxergo uma ligação/conexão entre as duas que vai além da autoria do Qorpo Santo.
É uma espécie de meta-peça, ou seja uma peça dentro da outra. Mas claro que é apenas um exercício reflexivo, uma brincadeira.
Lindo é morto por Japegão que toma Linda de volta e assume a paternidade de Manuelinha. Eles retomam o casamento perdido e Linda resignada não procura por um novo amor. O seu verdadeiro e ardente amado está morto e nenhum outro homem preencherá essa lacuna. Linda se resigna e tem com Japegão mais duas filhas.
O tempo passa e o casal envelhece junto e Linda – que na verdade se chama Mateusa – aos poucos aceita a aproximação de Japegão (que tem por verdadeira alcunha Mateus) e até aprende a tirar proveito deste para se satisfazer sexualmente.
O tempo passa, a mulher aprende a amar Mateus/Japegão e agora tem ciúmes deste que deixou de amar Mateusa/Linda há algum tempo, pois seu grande intento era reaver a mulher perdida para o rival e isso ele já conseguiu. Agora Mateus/Japegão torna-se um namorador inveterado e incorrigível e a sua fúria sexual que antes parecia adormecida ou dedica apenas para a esposa perdida se volta para qualquer mulher, inclusive as três filhas que apesar da repulsa que sentem de se aproximar do pai, se servem deste para obter vantagens como vestidos, jóias, flores e regalos mil.




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